Lúach לוח

Lúach   לוח

No povo judeu todos os aspectos cotidianos da vida se determina pelo curso dos anos. Alegria e pesar, exaltação e serenidade, trabalho e descanso – tudo tem sua hora e ocasião. As forças psiquicas e físicas do judeu são reguladas pelos marcos do Lúach, que em cada ano, se repetem em sua variedade, sua igualdade e seus contrastes, tal como expressara Rabi Yehuda Haleví em seu livro “O Cuzarí”: “Até as menores unidades de tempo tem seus momentos culminantes, a saber: para as horas do dia; as três orações; para a semana, o Shabat; para o mês, a lua nova; para as estações, as três festas de peregrinação (Shalosh regalim); e, sobre todas as festas; o Yom Kipur, dia do perdão. Com muita razão se disse que o catecismo do judeu é dado pelo seu calendário.

Ano Judaico שנה יהודית

Se analisarmos o calendário judaico veremos é que sua origem ao mesmo tempo solar e lunar. De fato o ano é solar e os meses são lunares. A duração do ano está determinada pelo tempo de giro da terra ao redor do sol, ou seja 365 dias e um quarto.
O ano judaico compreende também em dozes meses; mas, visto serem lunares e somarem, portanto, ao todo, 354 dias e meio, aparece uma diferença de 11 dias entre a extensão do ano solar e a do lunar.  Para acerta o equilíbrio entre ambos, recorre-se ao ano de 13 meses (ibur-yór, ano de ibur; ibur=passagem, mudança), entre meado nos anos comuns. A proporção é de 7 anos de ibur para um ciclo de 19 anos comuns, ao cabo dos quais a diferença é sanada. Para os atos religiosos, nós judeus adotamos a era da criação do mundo e do primeiro homem pensante. O calculo é baseado no Tanach e começa no ano 3760 A.E.C.

Os Meses חודשים

Conforme eu disse, o mês judaico é lunar: sua duração é determinada pelo tempo que leva a lua em fazer seu giro ao redor da terra, isto é, 29 dias e meio. Como era preciso dar ao mês uma duração mais definida, por motivos práticos, facilmente explicáveis, atribuiu-se 29 dias a alguns e 30 a outros. Deste modo, há no ano judaico cinco meses de 29 dias e cinco de 30, e dois cuja a duração varia de ano a ano. O mês começa com a lua nova. O primeiro dia se chama Rósh Chódesh (chódesh=mês), e é especialmente celebrado nos serviços religiosos. Nos meses de 30 dias, o trigésimo é também considerado Rósh Chódesh, de modo de que em tais oportunidades a celebração de Rosh Chodesh abrange dois dias. Os Nomes dos 12 meses são: Nissán, Iyár, Siván, Tamúz, Av, Elúl, Tishri, Cheshván ou Marchesván, Kislev, Tevet, Shevat, Adar. Quando o ano é de ibur, o décimo terceiro mês se chama ve’Adar, ou Adar Sheni.
Esta nomenclatura não aparece nos primeiros livros do Tanach onde os meses são geralmente designados por seu numero de ordem. Mas os últimos livros, alguns meses figuram já os seus nomes atuais de origem babilônica. Os Nomes dos meses recordam, com o seu significado, a época do ano a que pertencem e o aspecto que apresenta então a natureza. Assim Nissan, mês que cai na primavera, significa flor; Sivan, esplendor; Elul, colheita, etc. Apesar de começar o ano civil em Nissan, o calendário judaico se inicia em Tishri, mês que marca o fim da colheita e o reinicio dos trabalhos campestres.

A Semana e os Dias
 השבוע והימים

As semanas compõem-se de sete dias, sendo o Shabat o último, dia de repouso. É muito provável que, em épocas remotas, a semana haja tido mais importância que o mês como medida de tempo, visto que as fases da lua, que mudam cada sete dias, proporcionavam um meio muito mais fácil e visível para tais efeitos. Nos judeus contamos os dias desde um anoitecer até o anoitecer seguinte, baseando-se nas palavras da Torá: “E foi tarde e a manhã o dia primeiro”(Bereshit 1:5). Considera-se, pois, que o dia começa com o pôr do sol, no momento em que três estrelas médias (cinturam de Órion) se tornam visíveis, no céu. Um fato digno de nota é que os dias, com exceção do Shabat, carecem de nome em hebraico, e nos textos tradicionais aparecem designados simplesmente por seu número ordinal.

Shabat שבת 
O 4º mandamento
Devarim 5:12-15.

“E foi a tarde e a manhã, o dia sexto.
E foram  terminados os céus, a terra e todos os seus exércitos. E terminou D’us  no sétimo dia a obra que fez, e descansou no sétimo dia de toda a obra, que fez. E abençoou D’us o sétimo dia, e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que fazendo criou.” (Bereshit 1:31;2:1-3).

“Efetivamente, foi o Shabat que conservou Israel, e não Israel quem conservou o Shabat”
Achad Haám.

O Shabat na Doutrina religiosa: O Shabat recorda o ritimo da criação divina do universo. Que conserva o Shabat participa do principio da criação e professa sua fé na criação feita pelo Kadosh Baruch Hu e que tudo foi feito por Ele e é D’Ele. Deste modo cada Shabat se converte para o judeu eu sua profissão de fé. O Shabat é o dia que Irradia luz sobre os outros dias. Pois os outros são degraus para o Shabat.

O Shabat na doutrina popular; A palavra Shabat significa descanso, já por si implica a abstenção de trabalho. D’us manda descansar no sétimo dia. É claro que descanso não quer dizer, literalmente ausência de atividade. É algo mais profundo: esse dia deve se dado ao prazer espiritual e prazeres matrimoniais, a este dia dedica-se as leituras, meditações, palestras, estudos. 

Sentido do 4º mandamento: O Shabat é um presente Divino, um dia destinado a renovação de nossas forças e energias e diretriz da semana que irá começar. Para alcançar essa inspiração, e descanso espiritual, na Torá não dar nenhuma precisão sobre “não faras obra nenhuma” menciona somente alguns trabalhos(melachá, pl., melachot), os quais somos proibidos de fazer no Shabat.
A tarefa proibida de realizar no Shabat não é necessariamente um trabalho pesado. Na maioria dos casos, é um trabalho por meio do qual cria-se algo que não existia antes, como uma nova faísca de fogo e etc.
Somam-se no total 39 trabalhos, denominados "trabalhos matrizes" ("avot melachot"). Nossos sábios, identificaram o caráter básico de cada um - por sua finalidade ou pelo modo como é feito - e apontaram uma série de outros atos aos quais esses aspectos se aplicam; consequentemente, estão incluídos nos trabalhos proibidos pela Torá, sendo derivados e/ou ramificações dos trabalhos matrizes. Além disso, há vários trabalhos que nossos sábios nos restringiram de fazer, para ter no Shabat uma atmosfera menos ligada ao cotidiano e também para não transgredir qualquer proibição da Torá. Vale notar que os acréscimos dos sábios às leis da Torá têm aprovação Divina, pois a própria Torá nos ordena obedecer os sábios.

Os 39 trabalhos matrizes proibidos no Shabat estão enumerados a seguir, acompanhados de exemplos práticos para ilustrar como e onde se aplicam hoje em dia que está no anexo.

O Shabat como carater festivo: Não cabe Jejum no shabat e nem luto a não ser se coincidir com o Yom Kipur, nem nenhum tipo de tristeza.

A velas do Shabat: faltando meia hora para o por do sol, com a solenidade de quem cumpre um rito a mãe acende as velas; a luz delas significa que um dia de regozijo se aproxima, e logo após se pronuncia a brachá mas antes deve-se cobri os olhos para ao abri-los vê-las ardendo pois assim se iniciou o shabat.

As Chalot: Porção do Maná
 lechá Dodi.

Benção dos filhos e o amor conjugal.

O KIDUSH: Consagração (Gratidão de Israel)

Oficio do Shabat na sinagoga: O Shabat se distingue por serviços religiosos na sinagoga, onde as preces da manhã se junta a oração de Mussáf, que corresponde ao sacrificio suplementar que se fazia aos Shabatot. É parte integrante do ofício matutino a leitura da Torá e a Haftará (capítulos escolhidos dos nevvyin). O Capítulo que sê lê em um Shabat se chama sidrá, e costuma-se denominá-lo com que começa, ex: Noach, Lech Lechá, etc. o termino da leitura completa da é o inicio do novo ciclo realizam-se na festa de Simchat Torá.
7 pessoas realizam a leitura da Torá: Segue-se uma ordem fixa: Cohen, Levita, depois sem ordem fixa, todo Israel. A pessoa a ser chamada por último no shabat para leitura da Torá chama-se Maftir (o que termina) e a parte dos profetas Haftará (Conclusão). Aquele que é chamado para leitura pronuncia somente a brachá correspondente, enquanto o Ba’al Corê (encarregado da leitura pública da Torá nos óficios religiosos) lê um paragrafo do Sefer Torá. Antigamente também está leitura estava a cargo daquele que era chamado para Aliyá hoje só se tem esse direito que faz o Bar Mitsvá. A leitura da Haftará se deu nas perseguições do povo judeu no exilio.

Pratos tradicionais do Shabat: Guefilte fish, Heine,Tsholent, kugel e as saladas de beterraba, cenoura, batata, etc.

Os Cânticos: para cada pais existe os nigún.

A Havdalá: Separação, o Shabat chega ao fim o Eterno se retira, divisam-se no firmamento as três estrelas médias e com elas a nova semana se Inicia. Entra então a Havdalá: depois dos serviços religiosos da sinagoga a família se reúne ao redor do dono da casa; a frente deste e sobre a mesa, acha-se um prato com uma taça cheia de vinho, um pequeno cofre com especiarias(Canela ou cravo), e uma vela que pode ser trançada ou na falta dela uma normal, o pai pronuncia a brachá sobre o vinho, as especiarias e sobre o fogo terminando com o hamadil.

Interpretação dos Símbolos: A taça de vinho: a taça da ajuda divina, que se invoca. O copo deve está cheio até a borda. A vela acesa representa a esperança de uma nova com felicidade e prosperidade. O aroma das especiarias, que aspiramos, nos inunda da santidade do passado como de um perfume. É a consagração dos cinco sentidos.

Meu cordial Shalom!
Rav Itzhak Levy Cohen.

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