Estudo do Zohar e Cabalá baseados na Torá.



Reencarnação de Almas. Em algumas situações eu coloquei o ponto de vista dos sábios do talmud, não significa que eu concorde com tudo, e porei no meio do estudo minhas aspirações, este estudo é para discussão.
O tema de guilgul neshamot, reencarnação de almas, não é mencionado explicitamente na Torá. No Zohar, por outro lado, em Parashat Mishpatim, os segredos da reencarnação são discutidos exaustivamente. São então mais detalhados pelo Rabi Yitschac Luria (Ari), em um livro dedicado a este assunto, Shaar Haguilgulim, o Portal da Reencarnação. Há uma razão para não encontrarmos qualquer menção explícita de reencarnação no Tanach (somente por meio de insinuações e pistas). D'us deseja que o homem seja completamente livre para fazer aquilo que deseja, para que possa ser totalmente responsável por suas ações. Se alguém soubesse explicitamente que com certeza reencarnaria se deixasse de retificar suas ações, poderia permanecer indiferente e apático. Poderia deixar de fazer todo o possível para acelerar sua evolução pessoal. Acreditando que não poderia ter qualquer influência no curso de sua vida, talvez renunciasse à toda responsabilidade, e deixasse tudo nas mãos do "destino." Em Shaar Haguilgulim, o Ari explica que Adam (Adão) tinha uma alma universal que incluía aspectos de toda a criação [i.e., todo anjo individual e todo animal individual - todos tiveram de dar uma parte da própria essência a Adam; apenas como um reflexo em miniatura de todo o universo ele poderia ser conectado a toda criação, e elevá-la ou rebaixá-la...]. Sua alma também incluía todas as almas da humanidade em uma unidade mais elevada. Eis por que até mesmo uma ação de sua parte poderia ter efeito tão poderoso. Depois que ele comeu da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, sua alma foi fragmentada em milhares de milhares de centelhas (fragmentos e fragmentos de fragmentos), que subseqüentemente tornaram-se revestidas/encarnadas em todo ser humano que viria a nascer e está vivo agora. A função principal dessas almas centelhas é efetuarem todas juntas a retificação que Adam deveria fazer sozinho.
Facilitando o trabalho
É importante entender a diferença entre uma grande alma universal toda abrangente em uma parte, por um lado, e parti-la em muitos pedaços, (espalhadas por diversos corpos) por outro lado. Há dois motivos para isso:
1 - Em uma grande alma toda abrangente, é difícil discernir as partes (as almas individuais) porque ainda estão conectadas a uma grande unidade. Este não é o caso quando toda e cada alma-centelha toma um corpo separado. Podemos então reconhecer a singularidade de cada uma e as características específicas de cada uma delas. Ao final, todas as almas retornarão àquele nível mais elevado de Unidade do qual todas se originaram, mas em um nível mais elevado (i.e., retornando à Unidade, mas conservando a individualidade especial pela qual trabalharam e adquiriram).
2 - A segunda razão ou diferença é que muitas almas diferentes desempenhando um papel pequeno, mas importante para retificar a criação é "mais fácil" que quando todas estão juntas. Por analogia, isso é como uma carga pesada que precisa ser movida de um lugar para outro. É mais fácil muitas pessoas fazerem sua parte e carregarem aquilo que conseguem de toda a carga, que para uma única pessoa tentar carregar tudo sozinha. O mesmo aplica-se a Adam. Quando ele comeu da Árvore do Conhecimento, danificou todas as almas que eram partes dele. Sua alma unificada foi subseqüentemente separada em várias partes, cada uma destinada a nascer em um corpo diferente, de tal forma que toda e cada uma conseguiria consertar seu pequeno pedaço da grande alma de Adam da qual faz parte, de forma que ao final todos se reunissem novamente como uma só. Baseado nisso, o Or Hachaim Hacadosh explica por que as gerações iniciais viveram centenas de anos. Somente quando as gerações diminuíram em estatura espiritual a duração da vida das pessoas baixou para 70 ou 80 anos. A razão para isso é porque as gerações anteriores tiveram almas muito amplas e abrangentes. Eles, portanto, precisavam de mais tempo em cada vida para consertar aquilo que era preciso. Quando não utilizaram suas vidas longas para este propósito, por exemplo, a geração do Dilúvio, suas almas foram diminuídas e fragmentadas em pessoas "menores" com menos iluminação de alma, a fim de fazer a obra de retificação "mais fácil" para esta pessoa. Eis por que a vida das pessoas tornou-se menor. Do ponto de vista do sistema em geral, todas estas almas ainda fazem parte de uma grande alma que é dividida e encarnada em incontáveis corpos distintos, geração após geração. Disso vemos que a alma é uma luz Divina que dá vida ao corpo, que por sua vez torna-se um veículo para a alma, capaz de revelar suas (i.e., do corpo) qualidades distintas. Isso é similar ao poder da eletricidade que flui em um aparelho e o liga. A corrente elétrica, em si, não pode ser vista. Podemos apenas percebê-la por intermédio do aparelho que estamos usando. Por exemplo, podemos conectar um aquecedor ou um ventilador, uma máquina de lavar ou uma secadora em uma tomada elétrica, e ver que as diferenças entre cada aparelho devem-se a ligeiras modificações em seus mecanismos - aquecer versus esfriar, lavar versus secar, - em vez de na corrente elétrica que os faz trabalhar. Da mesma forma, podemos entender que todos os corpos diferentes que jamais existiram eram todos manifestações de uma grande alma. As diferenças entre elas está nos diferentes corpos nos quais encarnaram, pois nenhum corpo assemelha-se ao próximo(cada encarnação é completamente única). Eis por que nosso corpo deve ser enterrado para retornar ao elementos básicos dos quais é composto. A alma, por outro lado, que dá vida ao corpo, é eterna. Assim, os corpos de cada geração de almas que nascem são comparados aos muitos pares de vestes que são tiradas quando a pessoa sobe aos céus.
A Lei da Conservação da Energia
A física moderna chegou a conclusões similares. A energia é sempre conservada. Quando um objeto físico queima ou apodrece, a energia, ou configuração da energia, ou informação contida naquele objeto físico não é destruída. Simplesmente passa para uma outra forma. Isso é na verdade o mesmo que dissemos sobre as almas. Uma alma é vida e energia, como declara a Torá: "[D'us] soprou uma alma viva em suas narinas”.De acordo com isso, vemos novamente que a soma total de encarnações de todas as gerações é realmente aquela de uma grande alma - Adam - que passa por muitos corpos. Em cada geração, e em cada corpo, assume uma forma diferente. No fim, qualquer mudança que ocorrer, ocorrerá nos corpos.
Mais de uma alma habitando um único corpo
Há um outro tipo de reencarnação que pode ocorrer quando a pessoa ainda está viva. O Ari chama esta forma de reencarnação de Ibur. Acredita-se geralmente que a reencarnação ocorre depois que a pessoa deixa este mundo, após a morte do corpo, quando então, ou pouco depois, a alma transmigra para outro corpo. Ibur não funciona assim. Envolve receber uma alma nova (mais elevada) em algum ponto da vida da pessoa. Ou seja, uma nova alma vem até o coração da pessoa enquanto ainda está viva. A razão pela qual isso é chamado Ibur, gestação ou gravidez, é porque esta pessoa torna-se "grávida" com esta nova alma enquanto ainda está viva. Este fenômeno é a profunda explicação por trás de certas pessoas que passam por mudanças drásticas em sua vida. Passam por uma mudança mental sobre determinadas coisas ou mudam seu estilo de vida, e por meio disso ascendem ao próximo nível espiritual. Isso também é incluído sob o título geral de encarnação, porque estão agora abrigando uma nova alma [ou um aspecto de sua própria alma ou uma alma mais elevada da qual faz parte] a fim de ser um veículo para a retificação daquela alma. Isso é o que ocorre quando uma pessoa está pronta para avançar na evolução de sua alma. Eis por que a alma tem cinco nomes, um mais elevado que o outro, nefesh, rúach, neshamá, chaya e yechidá. Segundo o Zohar, os quatro níveis inferiores da alma geralmente entram numa pessoa durante sua vida em Ibur: Primeiro, a pessoa recebe nefesh ao nascer; então quando merece, recebe ruach; quando merece, recebe neshamá; quando merece, recebe chaya. Quanto mais alto o nível, mais rara é esta ocorrência. Muito poucos jamais mereceram chegar a neshamá, muito menos chaya. Ninguém jamais recebeu o nível mais elevado, yechidá. Adam o teria recebido, se não tivesse pecado.
Os nomes de personalidades bíblicas que voltaram em reencarnação
No Shaar Haguilgulim do Ari, encontramos muitos exemplos de almas transmigradas. Moshê, por exemplo, foi uma reencarnação de Hevel (Abel) e Shet (Seth), conforme seu nome indica (o Mem de Moshê representa Moshê, o Shin representa Shet, e o Hê representa Hevel). O sogro de Yaacov, Lavan, mais tarde é reencarnado como Bilam (durante a época de Moshê) e Naval (durante o tempo de David). Rabi Akiva foi uma reencarnação de Yaacov. Os dez irmãos de Yossef que o venderam foram castigados tendo de reencarnar em dez grandes tanaim, os dez mártires que foram mortos pelos Romanos. A realidade da reencarnação também pode nos ajudar a entender porque, D'us não o permita, criancinhas morrem. São almas que devem descer ao mundo por um breve tempo, para fazerem uma quantidade mínima de retificação. Em seguida estão livres para partir.
Reencarnação no Reino Mineral, Vegetal, Animal e Humano.
Já mencionamos o princípio de que tudo contém um poder que lhe dá vida. Num ser humano, este poder é realmente Divino, sendo chamado de neshamá. Os animais também possuem uma alma, chamada de alma animalesca. As plantas e outros seres que crescem têm uma alma vegetativa. A matéria inerte também contém uma porção daquele poder, chamado nefesh. Uma alma humana pode também encarnar nestas formas inferiores como punição por seus pecados. Em Shaar Haguilgulim, o Ari traz inúmeros exemplos dessas encarnações, nas quais a alma de uma pessoa que praticou o mal deliberadamente, dependendo da gravidade do pecado, entra em várias formas de matéria inerte ou orgânica, ou em animais. Somente após uma jornada longa e árdua, tal alma pode voltar e ser reencarnada como ser humano novamente, e por fim tornar-se purificada o suficiente para retornar à sua Fonte.
Duvidas obre Almas.
Um animal pode ter uma alma humana?
Não exatamente, mas existe um conceito de "Guilgul". É possível que a alma de um ser humano venha a este mundo no corpo de um animal a fim de atingir sua perfeição.O animal é motivado por uma alma animal padrão, e a alma humana está aprisionada dentro dela, com pouquíssima oportunidade de se expressar. Quando o animal morre, não é a alma do animal que vai para o céu, mas sim a alma do ser humano que estava no animal.
Descrição da Alma
No Tanya, a obra magna de pensamento chassídico, a alma é descrita como "Uma porção do D'us vivo”.Para entender isso, imagine um tecido negro espesso sobre uma lanterna acesa. Agora, abra um buraco nele com um objeto de ponta aguçada - e um pontinho de luz passará por ele. A luz é D'us, o tecido é o corpo, e aquele pontinho de luz - a "porção de D'us" - é a alma. Isso significa que a alma é uma centelha de Divindade dentro de cada indivíduo. É responsabilidade da pessoa deixar que esta centelha se expresse através dos seus pensamentos, palavras e ações, conhecidos coletivamente como as vestimentas da alma. Como a alma é uma centelha de Divindade, considera-se que é infinita por si mesma. A alma representa a conexão eterna e inquebrável da pessoa com o Todo Poderoso. A partir daí, podemos deduzir que acessar a alma é a experiência mais profunda possível. A relação entre corpo e alma pode ser comparada ao relacionamento de uma lâmpada e a corrente elétrica. Sem a corrente elétrica, a lâmpada simplesmente não pode acender. Mas quando o interruptor é pressionado, a luz se acende. Assim também ocorre com o corpo e a alma: é da alma que o corpo extrai a força necessária para viver.A alma é eterna e vive para sempre - apenas troca seu "local básico de residência" no decorrer da existência.
O que é alma propriamente dita?
Se você se beliscar poderá sentir que está vivo. Se alguém lhe chamar aos gritos, você certamente irá atender ao chamado. Seus sentidos lhe orientam como reagir a cada ato que ocorre em sua vida. Mas quando alguém a quem você ama muito lhe magoa ou lhe ofende, que sentido você usa para expressar o que sente, além das lágrimas que escorrem em sua face?
Sua alma! 
Uma alma é Energia Divina; é existência além da matéria. É a parte de você que existe além da matéria, além de seu corpo e de seus cinco sentidos. Não pode ser vista. A alma é para o corpo aquilo que o astronauta é para a roupa espacial; funciona como uma bateria, dando vida e animação. Tire o astronauta da roupa, e esta será basicamente inútil. Tire a alma do corpo, e o corpo basicamente desmorona. (Isso é a morte - a separação entre corpo e alma). É impossível dar uma definição concreta da alma, pois a alma não é uma entidade concreta mas abstrata. Não é matéria - é energia - mas também não é energia física. É energia Divina, um pedacinho de D'us dentro de você. A pessoa teria de na verdade fazer calar os sentidos para sentir a alma. Se você fosse cego, surdo, mudo, sem nariz e com o tato insensível, ainda estaria vivo dentro de si mesmo. Mas que parte de você ainda está vivo? Eis o que é a alma. Mas como sabemos que temos uma alma? Basta me acompanhar no simples raciocínio: Você tem um corpo? Se respondeu "sim", diga-me: Quem é este "eu" que tem um corpo? Não poderia ser o corpo - não se pode dizer que o corpo tem um corpo. Então, isso é o que chamamos de alma. De forma mais abrangente, somos um composto de alma e corpo. Isso explica porque somos tão confusos, certo? Mas como devemos expressar nossa alma? É fácil, basta seguir algumas instruções:
1. Torne-se espiritual
A espiritualidade é para sua alma aquilo que o alimento é para o corpo. Antes que você possa expressar sua alma, deve nutri-la. Um homem faminto não pode ganhar uma corrida, e uma alma faminta não pode expressar-se. Para alimentar sua alma, dê-lhe espiritualidade. Faça atividades espirituais.
2. Estude Torá
Nada é mais poderoso e nutritivo para a alma que o estudo de Torá. Quando você estuda Torá, está lendo a mente de D'us. Sua alma eleva-se, fortalecendo-se com grandes pedaços de energia espiritual, que pode usar para realizar outras coisas espirituais.
3. O que são "coisas espirituais?”
São outras coisas boas e positivas que não têm resultado físico e tangível - são espirituais, portanto você não pode ver com seus olhos físicos. Por exemplo, imergir na prece ou cumprir qualquer mitsvá (preceito da Torá) é uma coisa espiritual. E atos de amor e bondade, embora sejam coisas espirituais, têm ainda o benefício de um resultado tangível, físico - um relacionamento aperfeiçoado ou uma pessoa grata por receber sua ajuda. Rabino Simon Jacobson explica a alma desta forma: "Uma alma é nossa identidade interior, nossa razão de ser. A alma da música é a visão do compositor que energisa e dá vida às notas tocadas em uma composição musical”.Cada Alma é a expressão da intenção e visão de D'us ao criar aquele ser em especial. Cada um de nós é uma nota musical única, numa grande composição cósmica. É nossa obrigação descobrir nossa alma e tocar sua música singular."
O Kadish e seu significado?
O Kadish é uma oração de louvor a D'us que enaltece Seu nome e é recitado no lugar da pessoa falecida que não pode mais louvar a D'us. No Talmud esta prece é considerada de grande valor. Quando recitada, dizem nossos sábios, D'us meneia Sua cabeça com satisfação. Esta prece foi redigida em aramaico, pois na época do Talmud esta era a língua conhecida por todos e, por sua importância, todos deveriam entendê-la. Consta nos livros que na Era Messiânica, os justos serão mais elevados que os anjos e ao rezar o kadish pedimos para que D'us aproxime esta época. Por isso também é recitada em aramaico, uma vez que os anjos não entendem esta língua. Consta no Talmud que certa vez o grande sábio Rabi Akivá viu a alma de uma pessoa que estava sofrendo muito. Esta lhe contou que em vida fora muito perversa e cometera vários delitos. Sua sentença foi sofrer muito naquele mundo. Esta alma pediu que Rabi Akivá procurasse seu filho e o ensinasse a rezar, pois somente desta forma teria penitência, principalmente se falasse o Kadish. Rabi Akivá tratou de encontrar o filho e o ensinou a rezar. Quando o menino recitou pela primeira vez o Kadish, a alma voltou a Rabi Akivá dizendo que este Kadish conseguiu tirá-la de seus sofrimentos. Daqui aprenderam os sábios que a recitação do Kadish pelo filho salva a alma dos pais de todo e qualquer sofrimento. Por isso foi instituído o Kadish durante o luto.
Reencarnação
A necessidade de retornar
Uma alma desce a este mundo vinda de "sob o trono da glória" - um local muito mais elevado que o anjo mais elevado - para cumprir sua missão neste mundo físico. Esta missão é constituída tanto de uma missão geral - o cumprimento de todos Mandamentos Divinos - como também de uma missão específica para esta alma. Após o tempo que lhe foi designado, a alma retorna para ser julgada. Pode precisar purificar-se no Gehinom (Inferno), mas ao final, estará apta a colher sua recompensa temporária, que é vivenciar no Gan Éden (Paraíso), o Mundo das Almas, a luz Divina que gerou com todas suas boas ações. Porém, em muitos casos a missão toda da alma não foi completada nesta vida. Pode ainda existir algum problema que necessite de correção, herdado ou não de uma encarnação anterior. Portanto, aquele aspecto da alma que ainda necessita ser completado deve retornar. Por este motivo as almas voltam uma e outra vez, até que sua obra esteja completa. Este conceito é conhecido na Cabalá como Guilgul. Em casos específicos (onde a pessoa cometeu transgressões gravíssimas), esta terá somente três chances de reencarnar (além da primeira vida), para assim retificar suas falhas. Se após estas três chances ela não consegue esta retificação, a alma ficará errante e isolada neste mundo até reencarnar no reino animal, vegetal, mineral ou as vezes até em criaturas espirituais negativas. Nesse estágio doloroso, a alma não consegue sua elevação sem assistência externa. Esta ajuda poderá ser tanto intencional, através do estudo da Torá, recitação do Kadish, a prática de atos de bondade e caridade em prol dela, ou mesmo sem intenção. Por exemplo, as vezes passamos por um certo local, tendo a chance de estudar lá uma passagem da Torá ou recitar os Salmos, sem saber que na verdade há algo neste local que está aguardando nosso ato, as vezes por centenas de anos. Vale apenas ressaltar que um filho, ou até um amigo, pode fazer bem para uma alma querida, através dos atos lembrados acima, independente se a alma encontra-se em uma situação descrita acima, ou se está no Mundo da Verdade. A regra acima (das três chances), não se aplica a um tsadic (justo). A sua alma poderá voltar muitas vezes com a missão de retificar a geração. A maioria das almas de nossa geração são retornantes, e somente pessoas especiais sabem exatamente qual é sua missão na vida. Uma das maneiras de saber qual é nossa missão específica, é simplesmente observando quais são os assuntos onde há mais obstáculos e são mais difíceis de serem cumpridos. O Yêtser Hará (Má Inclinação) não se introduz em excesso nos assuntos que já foram retificados em vidas passadas, somente o necessário para a pessoa ter o livre arbítrio, porém na missão específica da alma nesta encarnação, há uma forte objeção por parte do Yêtser Hará. Finalmente, todas as almas receberão como recompensa definitiva, o retorno ao seus corpos neste mundo material - a Ressurreição dos Mortos - após a vinda de Mashiach (Messias). Então todos receberemos a completa recompensa de experimentar um mundo iluminado e belo que todos construímos com a soma de todas nossas boas ações.
Sobre sua questão com qual corpo a alma voltará?
Cada pessoa, mesmo aquela cuja conduta não foi das melhores, inevitavelmente também tem muitos méritos. Portanto em cada descida e encarnação, consegue retificar vários aspectos da alma. Na Ressurreição dos Mortos, cada corpo voltará com a parte da alma que foi retificada. Você poderá perguntar: se este for o caso, existirão então corpos somente com partes de alma, e não com a alma completa? Saiba que qualquer fração da alma é composta de todas as partes, e cada uma destas tem sua estrutura independente, mesmo que ao pertencer a uma alma matriz, seja considerada somente um aspecto dela.
Paraíso e inferno
O ser humano é a única criatura da obra Divina dotada de livre arbítrio. D'us lhe deu a possibilidade de optar entre praticar o bem ou o mal. Porém, D'us condicionou sua escolha com a devida conseqüência, como consta no versículo (Devarim 30:15): "Vê que hoje pus diante de ti a vida e o bem, a morte e o mal..." Ou seja, ao fazer o bem recebemos a vida; ao praticarmos o mal ocorre o oposto. Nossos Sábios explicam que vida e morte citadas no versículo não têm apenas o significado literal. Vida significa a recompensa, e morte, o castigo. Qual é a recompensa pelo cumprimento das mitsvot (preceitos) simbolizada pela vida? No Talmud, nossos Sábios afirmam que não existe recompensa suficiente para uma mitsvá neste mundo material, somente no Mundo Vindouro. Mas várias vezes encontramos na Torá referências a recompensas físicas pelo cumprimento de certas mitsvot; há várias interpretações para estas recompensas. Maimônides, em suas leis sobre teshuvá, explica que a principal recompensa para as mitsvot é o Paraíso, para onde se dirigem as almas após a morte. Esta é chamada a verdadeira e eterna vida, e é a explicação do dito talmúdico que afirma que "os justos, mesmo após a morte, são chamados de vivos". Com relação à recompensa material, Maimônides explica que esta não é a recompensa definitiva; é apenas um meio para ajudar no cumprimento das mitsvot, como consta na Ética dos Pais: "Todo aquele que cumpre Torá em pobreza, finalmente a cumprirá em riqueza”.Isto quer dizer que, ao homem que se dedica ao estudo de Torá e cumprimento das mitsvot, D'us dará condições materiais para que possa cumprir Torá com mais tranqüilidade. Ou seja, as recompensas materiais são apenas uma ajuda para trilhar o caminho do bem. Já Nachmânides explica que a recompensa do Paraíso ainda não é o objetivo final. A recompensa definitiva será a Ressurreição dos Mortos, que ocorrerá após a Era Messiânica. O Paraíso, chamado Gan Éden, é onde ficam as almas que esperam o momento da Ressurreição. O Gehinom, traduzido como Inferno ou Purgatório, é um dos estágios de purificação e expiação para as almas que, ao se despedirem deste mundo, não estão aptas a adentrar o Paraíso. O judaísmo, à luz da Chassidut, não considera o castigo como um objetivo por si. É apenas um meio para purificar a alma, preparando-a para um nível superior. Porém, tudo isto não pode ser chamado de verdadeira recompensa para as mitsvot. O Talmud afirma: "A recompensa da mitsvá é a [própria] mitsvá”.Ou seja, nada pode recompensar a mitsvá mais do que seu próprio cumprimento. A Chassidut explica que a palavra mitsvá vem do radical "tsavtá", que significa união. Isto quer dizer que a maior recompensa da mitsvá é a união com D'us proveniente dela. Este é o verdadeiro contexto de vida, conforme aparece em outro versículo (Devarim 4:4): "E vós que aderis a Hashem, vosso D'us, estais todos vivos hoje”.Aquele que transgride as leis da Torá se afasta de D'us e até fazer teshuvá (arrepender-se do passado), está temporariamente ligado com o contrário da vida. Entre os chassidim, narra-se que, de vez em quando, em suas ascensões espirituais, o Primeiro Rebe de Chabad, costumava exclamar: "D'us, não quero Teu Paraíso, nem Teu Mundo Vindouro. Quero apenas a Ti”.
A ressurreição dos mortos
Aqueles que nascem estão destinados a morrer, e aqueles que morreram estão destinados a viver. 
Ética dos Pais, 4:22.
Um dogma básico da Fé Judaica é a crença de que aqueles que morreram serão novamente trazidos à vida. De fato, "a Vivificação dos Mortos" (Techiat Hametim), é um dos treze princípios cardeais, ou "alicerces," do Judaísmo. O senso comum acredita que a idéia é mais resistente que sua encarnação, o conceito mais perfeito que qualquer conceitualização, que o espírito é superior à matéria. Isso quer dizer, portanto, que a alma é eterna e invencível, ao passo que o receptáculo físico, o corpo, é finito, temporal e destinado ao pó. Isto positivamente é raciocínio teológico padrão. Mesmo assim o princípio da Vivificação dos Mortos é contrário a este argumento. Pois, se o corpo nada mais é que um recipiente temporário e falho para a alma, por que recompô-lo e revivê-lo?
O aleijado e o cego
Em seu nível mais básico, a futura reunião do corpo e da alma é crucial à realização de outro dos Treze Alicerces, o princípio de "Recompensa e Punição”.Nas palavras de nossos Sábios, "D'us não priva nenhuma criatura do que lhe é devido”.Não há pontas soltas na criação de D'us: ao final, todo o bem deve ser recompensado, todo o negativo deve ser corrigido. Portanto, como a vida é um empreendimento conjunto do corpo e da alma, estes serão reunidos para experimentar os resultados de suas falhas e conquistas. Uma analogia no Talmud ilustra este ponto: Houve certa vez um rei que nomeou dois deficientes para guardas em seu pomar. Um era cego e o outro era aleijado. Os dois conspiraram para roubar o amo: o aleijado subiu nos ombros do cego e dirigiu-o às frutas. Quando o rei os confrontou, o cego disse: "Como roubaria se não posso ver?" Enquanto que o guarda aleijado argumentou: "Como eu poderia ter pegado, se não alcanço as frutas?" Portanto, o rei colocou o aleijado sobre os ombros do cego e julgou-os como se fossem só um. Esta é a história da missão do homem na vida. Neste mundo material, o corpo físico do homem é apto de corpo, mas cego. Possui todas as ferramentas necessárias para cumprir o propósito de sua criação - tudo, exceto a visão para usar estas ferramentas da maneira apropriada. Os desejos egoístas e animalescos do corpo distorcem suas prioridades e nubla sua percepção da verdade. A visão para distinguir o certo do errado deve ser proveniente da alma, a centelha de divindade dentro do homem que nunca perde de vista o Criador e Seu propósito. Mesmo assim a alma é incapaz por si mesma. Para cumprir sua missão na terra, precisa de mente, coração, mãos e pés para lidar com a realidade física. Apenas quando corpo e alma combinam-se e se integram para formar a entidade chamada de "ser humano”, podem eles vigiar e desenvolver o "pomar" que lhes foi confiado conforme os planos de seu Amo. Neste mundo imperfeito e obscuro, ainda não podemos contemplar e apreciar os frutos de nosso trabalho. Somente na era  de Mashiach, as realizações acumuladas de todas as gerações da História atingirão a suprema perfeição com a segunda vinda D’ele. E como "D'us não priva nenhuma criatura do que lhe é devido”, todos os elementos que estiveram envolvidos no cumprimento de Seu objetivo na criação estarão reunidos para captar e vivenciar o mundo perfeito que seus esforços combinados atingiram.
Três mundos
Tudo isso, entretanto, apenas explica por que a Ressurreição deve acontecer em algum ponto do futuro. Mesmo assim, por que é um princípio básico da Fé Judaica? A Torá inclui milhares de crenças, práticas e idéias; destas apenas treze merecem a designação de "fundação”, sugerindo que é sobre elas que repousa todo o corpo do Judaísmo - que sem qualquer uma delas, haveria alguma coisa faltando em tudo que um judeu acredita e faz. Para entender a centralidade da Ressurreição para todo o Judaísmo devemos primeiro examinar as opiniões de dois grandes pensadores judeus, Maimônides (Rabi Moshê Ben Maimon, 1135-1204) e Nachmânides (Rabi Moshê Ben Nachman, 1194-1270), sobre o que constitui a suprema realização do propósito de D'us na criação.
Falando de forma geral, a totalidade da existência está dividida em três períodos:
a - Nossa realidade atual (Olam Hazê).
b - A Era de Mashiach, quando realmente se entender os ensinamentos de Yeshu [Jesus] (Yemot Hamashiach)
c - O Mundo Vindouro (Olam Habá).
Nosso mundo atual é cenário de um conflito cotidiano entre o bem e o mal. E como acontece em todo conflito, há altos e baixos - épocas quando o animal dentro do homem extrai dele o melhor, e épocas nas quais sua bondade inerente triunfa. Portanto, o nosso é um mundo que permite a existência da ganância, ódio e sofrimento. Embora D'us tenha criado o mundo para refletir Sua infinita bondade e perfeição, também o ocultou com um véu corpóreo - um véu que esconde e distorce sua verdadeira natureza, dando ao homem a liberdade de escolher entre o bem e o mal. Assim, o homem tanto pode trabalhar para trazer à luz o bem inerente a si mesmo e ao mundo, ou pode agir para intensificar a ilusão do mal. Entretanto, toda nossa vitória moral, por refletir a natureza quintessencial da realidade, é eterna e cumulativa, ao passo que nossas ações negativas são apenas temporárias e distorções superficiais da verdade. Por isso nossa vida atual terminará por resultar na segunda fase da existência, a vida livre de conflitos da Era de Mashiach. A Era de Mashiach não é um mundo sobrenatural; é o mesmo mundo que conhecemos hoje - sem a corrupção da natureza humana as formas erradas de se interpretar as escrituras, gerando muitas formas e ventos de doutrinas humanas(religiões dos homens) pois D’us não está em nenhuma denominação religiosa. O homem terá dominado o egoísmo e os preconceitos; um harmonioso mundo comunitário devotará suas energias e recursos ao bem comum, e à busca por contínuo crescimento em sabedoria e perfeição foi isso que Yeshu ensinou que infelizmente ninguém faz. Em resumo, a Era de Mashiach representa a conquista pelo homem do pico de seu potencial natural. Mas as próprias leis da natureza são finitas e restritivas. Portanto, um mundo naturalmente perfeito não pode ser considerado como refletindo verdadeiramente a perfeição do Criador. A morte, por exemplo, é um fenômeno dos mais naturais, um fenômeno conectado com a natureza finita e transitória do físico - e a antítese da realidade infinita e eterna de D'us. De fato, o mundo como D'us criou inicialmente era livre da morte e da dissolução, causadas pelo primeiro pecado do homem. Portanto há muito na própria natureza que é uma forma sutil de "mal" - i.e., parte do véu que obscurece a verdade Divina. Assim, a Era de Mashiach é também um período de trabalho e conquistas do homem, embora seus desafios sejam bem diferentes de nossos conflitos atuais. Hoje, nossas vidas estão completamente envolvidas em combater o negativo: alimentar os famintos, esclarecer os ignorantes e trazer paz às facções da guerra. Então, os aspectos mais espalhafatosos do mal tendo sido dominados, lutaremos para atingir as alturas ainda maiores no domínio do bem em si mesmo - lutar para exceder as limitações que definem nossa existência natural. A Era de Mashiach será seguida pela definitiva realização da visão de D'us de Sua criação - um mundo que expresse Sua pura perfeição. Um mundo assim, por definição, está além dos limites da natureza como a conhecemos. Este é o Mundo Vindouro, o mundo da vida eterna.
Duas definições de perfeição
Há um lugar para a fisicalidade em um mundo assim? Esta é a substância do debate entre Maimônides e Nachmânides. Maimônides é da opinião que a suprema utopia é um mundo de total espiritualidade. "No Mundo Vindouro”, escreve ele, "não há formas físicas ou corpos - apenas almas... Portanto, não há comer ou beber, ou nenhuma das coisas que os corpos necessitam no mundo atual. Como também não acontecerão os eventos que ocorrem com os corpos no mundo atual... [as almas] apreciarão a radiância da Divina Presença - conhecerão e compreenderão a verdade Divina, que não pode ser conhecida enquanto se está no corpo escuro e inferior... Esta é uma vida sem morte, pois a morte é apenas uma ocorrência do corpo... Esta é a recompensa da qual não há maior recompensa, e o bem do qual não há bem maior..." Onde e como a Vivificação dos Mortos figura nisso tudo? Como explica Maimônides em sua Carta sobre a Vivificação dos Mortos, a reunião dos corpos e almas de todos que viveram durante todas as gerações de nosso mundo atual é uma parte importante da Era Messiânica, quando toda a criação, incluindo seus elementos físicos, atingirão a definitiva perfeição. Mas isto será apenas o definitivo deles - não o definitivo. Os mortos serão revividos para uma vida perfeita - tão perfeita como uma realidade finitamente física pode ser. Porém esta vida também estará sujeita à natureza dissolutiva de toda matéria física. Esta vida, também, terá um fim, para ser seguida pela perfeição espiritual do Mundo Vindouro. Nachmânides discorda. A realização definitiva da criação de D'us não é um mundo espiritual de almas, mas um mundo no qual espírito e matéria juntos expressam a perfeição de seu Criador - uma perfeição que é tanto toda transcendente e toda abrangente. Segundo Nachmânides, a ressurreição dos mortos levará à vida física eterna, e introduzirá o Mundo Vindouro - um mundo povoado por almas revestidas de corpos físicos. Os ensinamentos da Cabalá e Chassidismo concordam com as definições de perfeição de Nachmânides. Citando o axioma que "quanto mais elevado é algo, mais pode descer”, o ensinamento chassídico explica que a suprema expressão da verdade Divina é que não há aspecto da realidade no qual não possa ser encontrada. Considerar o físico finito demais e inferior demais para que a perfeição de D'us possa ser expressar, é dizer que Ele pode expandir somente até este ponto, e não além disso. Mas a essência de D'us transcende todos os rótulos e definições. Categorizá-Lo como "espiritual" é uma definição tão simples quanto atribuir-Lhe propriedades físicas, D'us não o permita. Ele não é nem um nem outro (pois criou a ambos), e ambos o servem igualmente. Em nossa realidade atual, a natureza material de nosso mundo é talvez a causa de uma maior ocultação da Divindade que da espiritualidade da alma; mas no Mundo Vindouro, a própria natureza provará a mais potente declaração da verdade toda abrangente de D'us. A intensidade de uma lâmpada é medida pelo ponto mais distante que sua luz atinge. A verdadeira marca do gênio é a habilidade de explicar a idéia mais profunda à mente mais simples. Da mesma forma, um mundo físico que transmita a verdade Divina é o mais poderoso indicador da infinita perfeição de D'us. De fato, este é o propósito da totalidade da criação de D'us: que o homem, dominando uma existência física, supere as imperfeições do material e traga à luz sua verdadeira natureza e função - expressar a bondade e perfeição do Criador.
Contato com entes falecidos
Como se deve proceder
No que diz respeito a manter contato com o falecido, como baixar a alma ou conversar com ela, isso consiste em uma séria transgressão pela Torá. Aquele que usufrui desses "serviços" poderá beneficiar-se momentaneamente, porém este gesto lhe acarretará uma grande "mancha" proveniente de forças impuras que se unem a sua alma. Também, conforme consta nos livros sagrados, quando a alma é chamada a este mundo ela passa por enorme sofrimento. O certo é honrar a alma após o falecimento, pois ela já se encontra no mundo da verdade e reconhece o grande prejuízo que atos como estes podem causar. D'us concedeu livre arbítrio ao ser humano permitindo que forças negativas possam também ter sucesso momentâneo, mas Ele nos mostra o caminho da vida e da verdade e nos pede sinceramente: escolha o caminho da vida. O judaísmo tem suas próprias fórmulas que podem dar respostas necessárias em qualquer ocasião. Para elevar a alma de um ente próximo falecido, o Kadish deverá ser recitado por um homem, na presença de no mínimo dez homens judeus (minyan); caso contrário não deverá ser recitado e também não causará a elevação da alma. Se o falecido não tiver filhos, uma pessoa deve ser contratada para recitá-lo na sinagoga por onze meses consecutivos, bem como anualmente no dia do yahrzeit (aniversário da data hebraica do falecimento). Seguem-se outras orações e atos que podem ser dedicados em homenagem ao falecido, por qualquer pessoa, sem necessidade da presença de dez homens judeus, ocasionando também elevação da alma: Recitação de Salmos. O rei David ao editar o Tehilim, Salmos, orou a D'us pedindo que aceitasse as orações, em qualquer época, de todo e qualquer um que orasse através deles, mesmo não compreendendo o sentido de suas palavras. A recitação de Tehilim pode e deve ocorrer, em qualquer ocasião, inclusive próximo ao túmulo, para pedir elevação para a alma de um falecido. Certos Salmos são específicos para esse fim, como por exemplo, os capítulos 16, 17, 33, 72, 91, 104 e 130. O Salmo 119 contém oito versículos que se iniciam com cada letra do alfabeto hebraico em seqüência. Lê-se os versículos que começam com as letras que formam o nome hebraico do falecido. Entretanto, todos os demais capítulos possuem a mesma força e podem ser recitados em benefício da alma. Estudo de mishnayot (Talmud). A palavra hebraica mishná possui as mesmas letras da palavra neshamá (alma). Ao estudá-las em homenagem ao falecido ocorre uma elevação de sua alma. Existem alguns trechos da mishná já traduzidos para outras línguas, inclusive para o português, como é o caso de Pirkê Avót, Ética dos Pais, publicado por várias editoras no Brasil. Doar livros de rezas e de estudo de Torá à sinagogas e escolas em nome do falecido faz com que as orações e estudos neles contidos ajudem a alma. Dar caridade em homenagem póstuma, a necessitados e instituições que visam o estudo e difusão da Torá.  Oferecer um kidush (bênção recitada sobre o vinho acompanhada por outros alimentos após a reza) para que o mérito das bênçãos recitadas sobre o alimento ajudem a alma do falecido. A mais significativa das homenagens é os descendentes do falecido estudarem Torá, cumprirem preceitos judaicos, e conduzirem uma vida judaica condigna.
O que são os treze princípios cardeais?
Moshê Maimônides (1135-1204) é reconhecido como o mais famoso dos comentaristas judeus. Escritor aclamado, estimado filósofo, médico de renome e mestre talmúdico - este é seu legado. Sua obra magna, Mishnê Torá, é considerada até hoje como a mais conceituada e completa codificação da lei judaica, na qual explica nos fundamentos da crença judaica que a Torá é verdadeira. Se uma pessoa negar qualquer preceito ou conceito da Torá é como se ele estivesse negando a Torá inteira, pois a Torá é uma unidade, uma só essência. Se uma pessoa desconhece algum princípio da Torá, ele é simplesmente considerado ignorante. Mas se alguém é ignorante em um dos Treze Princípios de Fé de Maimônides, então ele deixou de conhecer o que é judaísmo. Ao formular os Treze Princípios de Fé, Maimônides percorreu a literatura judaica sagrada, estabelecendo os principais pontos de afirmação e crença no D-us único e em Sua revelação a Moshê, o líder de nosso povo.


Rav. Itzhak Levy Cohen.

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